sexta-feira, 2 de abril de 2010

BEATRIZ






O Mar empurra-as com a atitude de quem não deve partir. Cheira a Ti, nunca aqui estivemos, mas cheira-me a ti.
Está frio e o desejo de sentir um quente abraço teu não me abandona, trouxe-o comigo para nada ser em vão, Fuga, Praia, chama-se Al Berto.
Sinto a cabeça vazia de nada e nos meus ouvidos ouço o éter, a trizteza, a melancolia da chamada Beatriz. O sol esconde-se e o céu torna-se alaranjando, exitem cães que voam enquanto as mãos ficam fracas e lentas pela rouxidão trazida pelo vento.
Aqui sentado já tudo me parece tão pálido e oculto, o farol ao longe exibe a sua magistralidade, a luz quase acende e Tu não vens. Afinal qual é o teu nome? Qual é o sabor do teu toque? O sol já se despede de mim e tu?
Já não existem Pedros nem Romeus, existo eu que por mera inocência vim.
Está cada vez mais frio, já nem um cigarro consigo acender.
O mar aproxima-se na tentativa de me abraçar, envolvente, salgado, extremamente quente, verde e branco.
Tu, não vens!
Há cães, meninos que brincam na praia, pegadas de alguém que já partiu.
Pensei que de mim ao Mar a distância fosse maior, o Sol já se pôs.



Vamos Beatriz (não grites mais).